Ontem um cara me ofereceu um cigarro.

21:42

(via) Violet, de American Horror Story: Murder House
Indaguei mentalmente: não tenho idade pra isso! 
Fiz 17 anos no verão, por mais que eu me esqueça disso. Mas lembro, como se fosse ontem, do primeiro cigarro que me ofereceram: eu tinha 15. Na verdade, nunca me ofereceram realmente, mas imagino como se fosse. Ou, talvez, eu tenha desejado tanto que me oferecessem que criei isso como verdade. Será que, naquelas primeiras semanas de ensino médio, eu teria aceito? Como eu reagiria? Me sentiria muito inexperiente? Lembro que pensei em pedir emprestado um isqueiro e um maço. Porém tive receio de que minha inexperiência me levasse a gafes como a de tossir, enquanto para os outros a fumaça fazia parte do que eles eram. Desejei a despreocupação consigo mesmos e a rebeldia a cada tragada. Eles eram o grupo que a pré-adolescente que fui sonhou em conhecer ao chegar na adolescência. Me senti tão… Jovem. Como os jovens dos filmes que assistia. Não como as Team Leaders, mas como os alheios a tudo e todos, os amantes de um bom de velho rock n’ roll. Foi como se eu tivesse deixado de ser criança no momento em que passei um recreio de 15 minutos em meio ao grupo de fumantes.



Nunca traguei. Nunca pedi um cigarro sequer. Nunca mais esperei que me oferecessem fogo. Aprendi que minha liberdade não precisa ser movida pela fumaça. Percebi que eles não eram tão interessantes assim e que havia uma melancolia vazia em seus olhares. Entendi que minha maturidade não se dá em agir como nos filmes que vejo e sim ao autoconhecimento e minha forma de lidar com meu meio.

E não aceitei o cigarro.

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