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Eu não comecei ontem

14:00

(Via: Pexels)

      Como vocês podem ver, senti saudade voltei pra casa -vulgo blog.
      Antes disso, recomecei a acessar, nos meus intervalos e tempinhos vagos aleatórios, tudo que me inspirava: meu blogroll, pinterest, bloglovin', weit.. (suspiros apaixonados)
      Gosto muito de ler dicas e coisas do tipo, principalmente sites para iniciantes na blogosfera. Só que temos uma questão: eu não comecei ontem. Eu não sou iniciante. Porém, eu continuo agindo como se estivesse no meu primeiro mês de blogagem... Só que não.
      Criei meu primeiro bloguinho ali pelos 12 anos, era sobre animes (sim). Sendo mais específica, começou sendo sobre Cavaleiros dos Zodíaco, mas decidi aumentar o nicho (claro que na época eu nem sabia o que era nicho). Ele morreu no segundo post, mas desde então foram vários nomes e estilos: no começo eu era o mais formal possível, depois fui vendo que aquilo não me representava e estamos aqui, basicamente dialogando.
      Durante o ensino médio eu criei o Perdendo a Censura, que quase se chamou Rompendo Tarjas ou algum nome de uma lista que fiz. Perdendo a Censura foi meu favorito, eu senti que era o que eu queria fazer. Vi a identidade que eu procurava ali. Ainda vejo, na verdade. Bem, vai fazer dois anos que terminei a escola, farei 20 anos em dezembro. Ou seja, vou completar 8 aninhos de hiatus, posts, dancinhas de comemoração quando alguém comenta (#fica a dica) etc. 

      Tá Yasmin, e daí?
      E daí que vivemos muitas mudanças no que chamamos de blogosfera. Lembram quando tudo não passava de um diário online? Chegava, escrevia o que estava sentindo, contava uma história engraçada -ou não- da semana, compartilhava uma banda que achou pela internet. Nada de SEO ou preocupação com a identidade visual, rolava até cursor que soltava glitter e imagens sem muita qualidade roubadas do bom e velho google.
      Entre as fases mais recentes, acho que a que mais marcou foi a: quero-ser-blogueira-de-moda-look-do-dia-receber-presentinho-de-marca-oi-meninas-tutorial-de-make. Isso é ruim? Claro que não, é um nicho forte e que atrai muita gente interessada. Eu mesma consumo conteúdos assim, por mais que eu não sirva nem pra fazer um coque no meu próprio cabelo. Entretanto, no meio dessa necessidade de fazer publipost e monetizar tudo, onde ficamos? O que estamos fazendo por aqui? 


       Ganhar din din trabalhando com blog é maravilhoso, ter patrocínio também. Sinceramente, nunca tive um alcance de público significativo a ponto de marcas me procurarem ou eu achar válido usar Adsense, mas se um dia isso acontecer vai ser ótimo ter uma grana pra investir aqui. Mas nada que faça eu me perder de mim, sabe? Dar uma e garota propaganda de algo que não acredito/usaria/indicaria não é pra euzinha. Sorry.
       Só que assim... Mesmo pensando muito sobre como estamos produzindo conteúdo na internet, parece que eu nunca mais levei a sério um blog. Eu tenho fases de total animação e longos invernos sem logar na minha conta no blogger. Onde EU fiquei? O que EU estou fazendo por aqui? 
      Não me sinto engajada o suficiente. E já faz um tempo isso, é só ver a frequência: tem meses com post toda semana e mês em branco. Cadê aquela Yasmin de 13 anos que não fazia ideia do que era um mídia kit, porém sabia muito bem que queria dizer algo e então dizia? Onde eu me perdi?
      Bem desabafo mesmo: acho que não adianta eu ficar teorizado sobre a falta de produções autorais que fujam da caixa se eu mesma nem me animo a terminar algo que deixei salvo nos rascunhos. Eu não comecei ontem. E falta muito pra eu aprender, principalmente sobre o meu lugar e sobre a minha fala. 
     
       Novamente, não vim ter conclusões. Isso aqui não é um blog de pontos finais e sim de reticências, interrogações, exclamações e muitas, eu disse muitas, vírgulas.

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