Por um "feminismo" menos opressor

23:26

Desde quando comecei a usar o facebook com mais fervor vi muitas percepções -a cada nova page curtida. Dentre estas, eu gostaria de destacar as que tratam sobre Feminismo, não a toda forma de opressão. 
Acho que até os meus 13/14 anos não conhecia o termo, mas desde que pesquisei me identifiquei. Me considerei feminista de carteirinha até pouco, mas quanto mais observo minhas "colegas" mais penso em me manter quieta mesmo.
Pra início de conversa, feminismo seria a busca pela igualdade. Ouço muito que é impossível igualar homens e mulheres, porém o que digo é que esse equilíbrio não se dá na forma de cada um ser -afinal, TODOS somos diferentes, não importa o sexo- e sim em direitos, oportunidades, reconhecimentos. 
A história nos mostra que as mulheres foram oprimidas por muito tempo, sendo propriedade masculina, fêmea procriadora. Só puderam sair de casa quando os "machos" estavam se matando na guerra -e era necessário um We Can Do It. Infelizmente, até a atualidade, essa mentalidade primitiva ainda se perpetua... De formas diferentes, mas muitos (e muitas, já chego lá) veem esses dois cromossomos X como objeto. Por mais que possamos votar, trabalhar e casar caso queiramos, há uma grande diferença em salários para os mesmos cargos, culpam a vítima de estupro, humilham e agridem em seus próprios "lares". Ainda há muito o que mudar, não é mesmo?
Desculpem se parecer que estou ponto estes como antônimos, não é minha ideia fazer isto. São diferentes entretanto não opostos. Um diz que fogo é maior que a água. O outro, que ambos são importantes e podem conviver em harmonia e respeito. 
Voltando ao feminismo. Como, por mais que belas, rosas têm espinhos: muitas (os) adeptas (os) desse movimento parecem estar tentando criar uma machismo ao contrário (?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!??!?!?!)

  • É obrigatório trabalhar fora de casa. Gosta mais de ser dona de casa? SUA MACHISTA, #VAIPRARUA
  • Ser bi. Héteros são opressores, isso de gostar apenas do sexo oposto é coisa do patriarcado. Peraí, não sente nada pela sua vizinha? Nadica de nada? Afff, poser.
  • Usar roupas curtas. Impensável uma feminista que usa jeans e camiseta mais folgada. Saias cumpridas? Machismo na certa. Vê se trata de cortar essa calça pra virar shortinho A-G-O-R-I-N-H-A.
  • Sobre usar burca ou hijab: queime isso agora. Foda-se a sua crença ou como se prefere, é proibido usar algo que te oprima.
  • Casar? Ter filhos? COMO ASSIM? TÃO DE ZOA, PRODUÇÃO?
  • Ter fé? Vai acabar te oprimindo, aviso dazamiga.
  • Nem pense em comprar essa cera depilatória!
  • Gostar de se cuidar? Querer perder uns quilinhos? Fazer academia? Cê tá achando que é quem???
  • etc etc etc
HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY, calmaí!
Regrar uma luta contra regras? Isso mesmo?

E se eu preferir ser dona de casa? Ou ser professora? Programadora? Artista? 
E se eu for gay? Bi? Hétero? Ou até, não me interessar? 
E se eu me sentir mais confortável com moletom? Ou de cinta liga?
E se eu me sentir bem com panos me cubrindo? Ou com os cabelos ao vento?
E se eu quiser ter uma penca de filhos? Adotar? Casar ou morar junto sem assinar papelada? Ser mãe solteira?
E se eu crer em Deus? Buda? Ganesha? Ser devota de São Francisco? Salve Oxalá e que Zeus te acompanhe! Ou, até, não acreditar em nada. 
E se eu gostar das minhas pernas lisinhas? E se eu preferir ao natural ou simplesmente estar com preguiça de depilar?
E se eu decidir mudar meus hábitos alimentares? Tirar uns centímetros da barriga, malhar as pernas. Ou não fazer nada disso?

E se cada um respeitar o direito de escolha que todos temos? Tão simples e tão difícil de ser compreendido. Pra mim, o real feminismo é aquele que te abre as asas pra voar em liberdade, seguindo os ventos que quiseres.  Não um que as corta.
post pensado a um tempinho e concretizado após esse post da Carol Rossetti

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